quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Circuito do Sol (literalmente)

Prova: Circuito do Sol
Local: Praça Charles Miller - São Paulo / SP
Inscrição: R$ 84,90 (+ R$ 4,90 de taxa de conveniência)
Data: 02/02/14
Distância: 10,11 k (5ª)
Geral: 17ª corrida - 2014: 2ª corrida 
Tempo: 48'30'' - Ritmo: 4:48 min/km
Classificação geral masculino: 135º - Categoria (35-39): 33º 

Tudo bem que o nome era Circuito do Sol. Mas precisava ser levado ao pé da letra?
A prova que abre o calendário de corridas da O2 aconteceu no tradicional (e manjado) percurso no Pacaembu. Eu mesmo corri duas vezes lá em 2013. Fui pra lá almejando atingir metas, quebra de recorde pessoal, tempos melhores que nas duas vezes anteriores. Sabia que o sol e o calor seriam adversários fortes, porque esse verão em São Paulo está sendo o mais quente desde que iniciaram as medições. Mas eu não imaginava que esse adversário seria tão implacável.


Kit de qualidade, ajudou bastante a enfrentar o forno
Mas não dá pra reclamar muito, afinal nesse caso a "culpa" é apenas da natureza. No máximo, o que a organização poderia ter feito para ajudar era ter unido as duas largadas, do 5k e do 10k, às 7:30h da manhã. Mas, sabe-se lá por qual razão, mantiveram o cronograma e os 10k largaram depois, às 8:30h.
Coisa pior, muito pior, aconteceu há poucos dias, na Meia-Maratona de Mongaguá, com largada às 17h, percurso na areia, sem hidratação, enfim, show de horrores. Corredor não merece passar por isso. Ainda bem que eu não passei, mas tive amigos sofrendo por lá.

Mas, enquanto esses dias de fornalha não passam, o jeito é correr e da melhor forma possível. Quem acompanha esse blog sabe que minha meta e meus treinos foram no sentido de tentar concluir essa prova em 48 minutos ou menos (leia o pré-prova AQUI). Eu estava bem ansioso, porque pela primeira vez segui uma planilha de treinos tendo uma prova específica como objetivo. E havia chegado o dia de colocar essa planilha à prova.

Pouco antes das 7h, pronto pra batalha
Chegamos na arena, minha esposa e eu, por volta das 7:30h, enquanto largavam os corredores dos 5k. Tudo muito organizado, como sempre nas provas da O2. Retiramos o chip de forma tranquila, com tempo para usar o banheiro também sem bagunça, tomar uma água, acompanhar a chegada dos 5k e nos posicionar tranquilamente no Pelotão Azul. Sim, há baias de ritmo, mas sinceramente não são todos que as respeitam. Controle, mesmo, só no Pelotão Quênia, de resto fica mesmo a confiança nos corredores. Ainda assim, não vi problemas pelo menos pra quem largou mais à frente como foi o nosso caso.

Às 8:30h em ponto, a largada. Eu havia planejado correr os dois primeiros quilômetros, feitos na Av. Pacaembu, num ritmo um pouco mais forte que o necessário para atingir a meta. E tudo correu bem nessa parte. O primeiro quilômetro foi até (bem) mais rápido do que eu esperava, completado em 4'08'' e conferido pela placa de 1k colocada rigorosamente no ponto exato, como estiveram aliás todas as placas de quilometragem na prova.

Início da prova: Av. Pacaembu
Mesmo me sentindo bem e embalado pelo leve declive além das árvores que naquele ponto ainda não deixavam ninguém ser cozido, procurei segurar um pouco o ritmo com medo de quebrar. Dez segundos abaixo do ritmo-alvo estava ótimo para o começo, mas o corpo não aceitou diminuir tanto: fechei o segundo quilômetro em 4'22''.

No Elevado Costa e Silva, mais perto do sol
Aí, meus amigos, a coisa começou a pegar. Subida íngreme pra acessar o Minhocão, e nele pude notar logo nos primeiros metros a maioria dos corredores, inclusive eu, procurando trechos de sombra pra correr. O sol nos recebeu de frente, já implacável às 8:40h da manhã. Me lembrei das corridas de fórmula 1, onde após uma chuva os pilotos procuram os trechos de pista molhada antes de irem para os boxes trocar os pneus para pista seca.

O Elevado não é um viaduto plano, já foi dito aqui. Também já foi dito que a altimetria não é assim tão difícil. Mas me pareceu que, dessa vez, esse monstro de concreto foi um pouco mais desafiador. Na virada dos 5k, eu ainda estava com sobra para o objetivo proposto, mas já dava sinais de queda de ritmo visíveis no gps do relógio e também no cansaço físico. E eu não era o único: vi muitos corredores que largaram mais rápido do que eu e agora caminhavam tentando recuperar as energias. Também fui ultrapassado por alguns que se pouparam no começo ou que largaram mais atrás e, mais rápidos que eu, agora me alcançavam, como sempre acontece.

Aproveitando cada "oásis" de sombra
Os postos de hidratação estavam bem localizados. Foram 4 ao longo do percurso, e em todos eles a água foi usada como bebida e como banho. Não senti remorso em me servir de dois copos mais de uma vez, porque também nesse ponto não há o que reclamar da organização: não falta água pra ninguém. E estava geladinha.

Foi com o boné, a camiseta e até as meias encharcadas, que eu voltei à Avenida Pacaembu para os dois quilômetros finais. Eu ainda tinha alguns segundos de vantagem no meu pace médio, mas diferente do início, dessa vez eu segurava o corpo para não desacelerar mais. Foi inevitável não pensar, ao ver a placa de 9k, que ainda restava um quilômetro inteiro, em vez daquele alívio de "só falta um".

Últimos quinhentos metros
Ao entrar na Praça, apesar do relógio acusar o pace exato de 4'48''/km, pude de longe ver o cronômetro da prova e notar que já havia ultrapassado 48 minutos. Tentei um último sprint consciente de que, mesmo sem ter atingido a meta, fiquei bem próximo dela em condições complicadas devido ao calor.
Após cruzar a linha de chegada e desligar o GPS, conferi que meu tempo havia sido realmente de 48'30''. Porém a distância foi um pouquinho maior, com 10.110 metros. O relógio me avisava que eu havia batido meu recorde nos 10k com 47'57''. Não seria o tempo oficial, mas eu sentia um êxtase indescritível, por ter completado aquela prova um tanto quanto sofrida, tendo baixado em mais de três minutos o meu melhor tempo naquele percurso: os 51'39'' da Etapa Primavera do Circuito das Estações 2013.

Segunda metade da prova mais lenta que a primeira, o que
não é o ideal segundo especialistas, que pregam sempre o
"split negativo": segunda metade mais rápida
Achei a medalha um pouco simples, gosto de medalhas que fazem alusão à data e local da prova. Mas foi recebida com a mesma alegria de sempre, ainda mais porque as duas primeiras corridas em 2014 foram muito boas e me deixam ótimas expectativas para esse ano. Além da medalha, o kit pós-prova teve barrinha de cereais e isotônico em sachê, para ser diluído na garrafinha de água.

É provável que em 2014 eu só volte a correr nesse percurso na prova da Caixa. Vai ser bacana enfrentar o Elevado novamente, dessa vez (espero) com o forno desligado.


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2 comentários:

  1. A corrida de rua é, entre tantas qualidades que possam ser enumeradas, um esporte solidário. A felicidade que um corredor sente com as conquistas dos amigos exemplifica muito bem isso...
    Eu vibrei Luiz, em ver o seu esforço e disciplina nos treinamentos serem recompensados com a diminuição de mais de três minutos no tempo de prova neste mesmo percurso.
    Isso não é pouca coisa não meu querido, e, se levarmos em conta que (como você mesmo disse) o "forno estava ligado", é para comemorar muito.
    E VAMOS QUE VAMOS!!!

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  2. Obrigado meu amigo Wanderson, certamente é pra ser comemorado!
    E outra coisa que me deixou contente é ver que estamos no caminho certo, afinal se o treinamento deu resultado, é continuar firme no propósito que assim teremos muitos e muitos anos de comemorações pela frente! rsrsrs

    Grande abraço e vamos que vamos!

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