quinta-feira, 15 de maio de 2014

Meia de Sampa

Prova: Meia de Sampa 2014
Local: Jockey Club - São Paulo / SP
Inscrição: R$ 84,90 (+ R$ 4,90 de taxa de conveniência)
Data: 11/05/14
Distância: 20,9 k (1ª)
Geral: 21ª corrida - 2014: 6ª corrida 
Tempo: 1h43'17'' - Ritmo: 4:53 min/km
Classificação geral masculino: 277 - Categoria (35-39): 55
Resultado oficial: http://o2porminuto.ativo.com/corrida-de-rua/eventos/resultados/#/ev_20237-meia_maratona_de_sampa_-_2014/resultado

Foram três meses de treino especificamente para essa prova. Foram 12 meses desde a minha primeira corrida, os 5k no Parque do Trote em maio/13. Muita expectativa e ansiedade, pra poder dizer com felicidade que corri a minha primeira meia-maratona. E foi tudo perfeito. Bem, nem tudo. A organização deu suas mancadas, mas disso eu falo depois.

Eu acordei no dia da prova (por coincidência, a de número 21!) às 4:30h da matina me sentindo muito bem, apesar das três horas de sono que eu já estou acostumado em dia de prova (afinal no sábado a noite o cantor corredor só chega em casa à 1h do domingo). Sem dores, sem cansaço. O período de polimento na planilha funcionou muito bem. Fui para a arena com minha esposa confiante e focado, determinado a cumprir a estratégia que eu tracei mentalmente: correr a primeira metade com o pé um pouco em cima, e na segunda parte da prova acelerar (entendendo sempre "acelerar" como um ritmo mais rápido do que o meu próprio, nada relacionado com a velocidade dos feras das pistas)


A escultura "Mão", de Oscar Niemeyer, é um símbolo de
São Paulo. Em homenagem ao Dia das Mães, a
Kelly com a plaquinha #mãequecorre
Chegamos antes das 6h para não corrermos o risco de pegarmos as ruas do entorno fechadas. Apesar disso, não nos livramos de pagar R$10,00 para os flanelinhas que já tomavam as ruas próximas ao Jockey.
Como a largada seria às 7h, tempo suficiente para as fotos na bem montada arena do evento. Tudo bem organizado e bonito com vários estandes para fotos no local onde seria a chegada. Mas a largada era mais pra frente, e nos encaminhamos para lá junto com os amigos Osmar e Leonor que também estreavam nos 21k, além do Marcelo que conheci na hora.

Selfie pré-prova
Ainda seria preciso esperar um atraso de 10 minutos para a largada. Eu estava próximo a tenda de cronometragem e pude ver o desespero dos responsáveis por ela, o que mais tarde seria explicado (conto no final). Tentei controlar a ansiedade, pra não começar a prova com o batimento a mil. Mas enfim veio a buzina e seguimos pelo estacionamento do Jockey para a tão sonhada Meia. Aliás, nem todos – havia também a distância de 5k e 10k. Minha esposa corria nessa última, tentando bater seu recorde que até então era de 1h07m.


Eu seguia de olho no relógio, pra não cometer o mesmo erro cometido nas 20 provas anteriores: largar forte demais, e terminar a prova se aguentando pra não parar. Muitos criticam essa ligação com o GPS como uma "dependência" prejudicial ao corredor. Eu confesso que faço muito uso dele e foi graças às análises dos resultados anteriores que pude traçar uma estratégia para essa corrida. Claro, nós não somos uma esteira de academia, portanto mesmo querendo correr num pace X, há variações, mas com a ajuda do mostrador do relógio é possível desenvolver um ritmo planejado.

O percurso ajudou. Além de muito bonito, por ruas bem arborizadas e largas, foi praticamente 100% plano – só fugiram à regra a passagem pelo túnel sob a Av. Prof. Francisco Morato e o acesso à Ponte Cidade Universitária, sobre o Rio Pinheiros. Mas nada que atrapalhasse o desempenho. Nem cheguei a querer compensar na descida o tempo "perdido" na subida. Aliás, fiz o inverso: mantive o pace na subida, acelerando um pouco a respiração, mas segurei na descida "descansando" o batimento e poupando os joelhos.

A hidratação no percurso foi perfeita. Já havia água inclusive no primeiro quilômetro. Passei direto em alguns postos, em outros já no final peguei mais pra jogar na cabeça. Não que estivesse calor, o sol ficou tentando aparecer mas não chegou a esquentar, é que o corpo depois de alguns quilômetros aumenta mesmo a temperatura e o coco já estava fervendo depois do 15º Km.

Mas antes disso, eu segui tranquilo. No começo havia muitos corredores, que primeiro se dividiram com os atletas dos 5k seguindo à direita. Nesse momento, peguei o primeiro copo d'água e tomei o primeiro gel. Depois, mais à frente, foi a vez de nos despedirmos dos corredores dos 10k, e nesse momento senti o primeiro "frio na barriga" mais sério: eu não virei a direita, eu segui pros 21k junto com os outros meio-maratonistas! Pode parecer besteira, mas eu me emocionei um pouco ali. Mas segui focado, controlando o ritmo como pretendido.

As placas estavam muito bem colocadas e batiam com o relógio. Passei na placa de 10k com 50'06'' e na de 11k com 55'03'', o que dá pra estimar que eu fiz a primeira metade (10,55km) em cerca de 52'30''. Até aí eu estava bem confortável, foi então que tomei o segundo gel e imprimi um ritmo um pouco mais forte. Na altura do Km 14 tinha um posto de isotônico, só não concordo que seja servido num copo aberto, tive que dar uma paradinha pra beber senão derramava tudo. Mas ajudou bastante, deu um UP no momento em que o corpo começava a dar sinais de cansaço.

Túnel Dr. Euryclides de Jesus Zerbini, sob a Av. Prof. Francisco Morato: Km 18 da prova
A estratégia deu certo. Eu olhava para o relógio e já sabia que, se nenhum desastre acontecesse, eu faria um tempo muito abaixo do esperado. Foi ótimo para o psicológico completar o Km 18 em 4m37s e fazer o quilômetro mais rápido da prova, já com o corpo muito cansado. Geralmente é o contrário, meus Kms mais rápidos são os primeiros. Fui muito ultrapassado no começo (até pela presença de atletas das distâncias menores), mas fiz também várias ultrapassagens no final e isso deu confiança para os quilômetros finais.

Entrada no Jockey – últimos 500 metros
Eu sabia que seria emocionante concluir minha primeira meia. Mas quando fiz aquela curva à direita para entrar novamente no Jockey, senti uma alegria diferente. Não era nenhuma superação, era apenas resultado de treino e determinação, mas eu estava prestes a completar a distância sonhada. Em breve eu iria ver a linha de chegada.

Reta final
Mais um grampo à direita e ela apareceu. Abri os braços, faltavam 300 metros. Cheguei a aumentar o ritmo para um sprint discreto.

Objetivo alcançado!
Comemorei. Eu havia completado a prova bem, sem nenhum fantasma que no fundo eu tinha medo que me assombrasse. Num pace menor do que eu esperava, e o melhor: dessa vez controlado por mim, ditado por mim e não pela falta de ar ou pernas de outros finais de prova.
Olhei para a direita. Na grade, minha esposa comemorava, e gritava brincando: "Você está 15 minutos adiantado!", fazendo referência ao tempo que eu entendia como provável para minha primeira meia, quando decidi corrê-la. Abracei-a, e fiquei sabendo que ela também tinha motivos para comemorar: completou a prova em 1h02m07s, cinco minutos abaixo do seu melhor tempo nos 10k.
Peguei o fraco kit pós-prova: uma bonita medalha, mas sem data ou outras informações, como é de praxe nas provas da O2; uma banana e uma maçã; e uma garrafinha de água com um sachê da Herbalife que você deve misturar pra virar um isotônico bem safado. E as panturrilhas, que já começaram a doer antes mesmo de eu sair da arena, me avisaram: eu era um meio-maratonista.

As Falhas

Fiz questão de deixar esse assunto por último pra que fique claro que eu terei muito mais boas lembranças da minha primeira meia, do que más. Porém, as falhas aconteceram e deixaram muitos corredores indignados.
A começar pelo local da entrega do kit pré-prova: uma obra em construção, de um condomínio de alto padrão. Assim que os corredores chegavam, eram constrangidos a fazer um cadastro e depois levados a um corretor, pra só depois de se livrar dele conseguir pegar o kit. Minha esposa e eu, avisados por um outro atleta, passamos direto e fomos retirar o kit sem cadastro algum. Por nossa vez, avisamos os que estavam na fila, quando voltamos lá de dentro. Totalmente fora da contexto da corrida.
Como se não bastasse, o kit não foi entregue completo: faltou a sacolinha e o gel. Está bem, dirão alguns, isso é realmente importante para correr? Claro que não, eu respondo. Mas lembre-se, pagamos por isso. No site, eles fazem questão de divulgar os itens, chamando-nos a pagar a quantia de até R$114,90 (valor de quem se inscreveu no último lote). Portanto, sim, paguei quero levar. Após a prova, a O2 se pronunciou informando que a sacola será entregue pelo correio. Vamos aguardar.

Mas a falha mais preponderante, na minha opinião, veio depois da prova. Já no envio do SMS para o celular dos atletas o tempo de cada um foi informado errado. Na segunda-feira, tiraram o resultado do ar e fizeram a correção, mas todos que marcaram seus tempos por cronômetro confirmam: o tempo deles está 32 segundos menor que o tempo do nosso relógio. No meu caso, por exemplo, meu Nike+ Sportwatch ativado exatamente em cima dos tapetes marcou 1h43m17s, enquanto o deles marcou 1h42m45s. O que dizer, então, do tempo do cronômetro na hora da prova? Vejam a foto da minha chegada postada acima. Inexplicável. Ligaram o cronômetro dois minutos após a largada?

Tempo oficial, segundo a O2
Por questões de ego, alguns podem ficar felizes com o "presente". Mas pra quem gosta de buscar metas, como eu, é muito melhor ficar com o tempo exato. Se alguém acha que não faz diferença, o próprio treinamento é baseado no seu nível de condicionamento atual, e um tempo errado pode influenciar negativamente na montagem da nova planilha. Se o amador não precisasse disso, não haveria o chip, só os profissionais correriam com ele. Claro, há os que não dão bola mesmo, correm "apenas para se divertir", como dizem (quem disse que eu não me divirto?). Mas, se nada disso convencê-los, ainda resta o óbvio: de uma "organizadora", o mínimo que se espera é organização, e mesmo numa corrida com inscrições gratuitas o serviço prometido deve ser prestado, ainda mais com inscrição de 3 dígitos.

Conclusão

É isso, meus amigos. Com relação à prova, tudo que eu sonhava que acontecesse pra que ela fosse perfeita, aconteceu. Fiquei feliz com meu desempenho, curti a paisagem sempre que isso foi possível, me diverti correndo. Concluí minha primeira meia e já estou pensando na próxima: a Golden Four Asics, em agosto. É assim, fazer o que... alcançado um objetivo, nada termina, outro já espera que o busquemos. Minha motivação funciona assim, cada um tem a sua.

Os "contras" servem pra brigarmos por corridas melhores. Eu correria novamente essa prova, mesmo com o valor salgado mas que eu considero interessante por ser uma meia maratona. A camiseta é bonita, a medalha também e até o gorro bonito e de qualidade entregue no kit em lugar da tradicional garrafinha foi muito bacana, está me servindo para usar por baixo do capacete na hora de pedalar. Além de tudo, eles disponibilizam fotos gratuitas como vocês podem ver na postagem. Mas, concordo, kit apesar de legal é o menos importante... principalmente com relação à cronometragem, eles precisam resolver isso com a empresa que a realizou.

Desculpem pelo relato um pouco extenso demais, porém não esqueçam, até agora eu só tinha escrito, no máximo, 15km... dessa vez, tive que escrever VINTE E UM, sem esquecer os 97 metros! :P

P.S.: meu GPS marcou 20.880m, ou seja, 217m a menos, e já vi relatos de outros atletas que afirmaram o mesmo, enquanto outros afirmam que o seu GPS marcou a distãncia até um pouco superior. Porém não posso ter certeza absoluta que a prova teve essa ou aquela distância pois pode acontecer do GPS se perder um pouco dentro do túnel, e passamos por ele na ida e na volta. De qualquer forma, as chances de a distância ter sido menor que a oficial de 21097.5 metros é grande.

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6 comentários:

  1. Medidas à parte (confio mais nos GPS do que nas oficiais, já que nunca vi ninguém medindo percurso com o tal "jones counter" até hoje), um desempenho espetacular, Luiz, parabéns por ele e pelo belo relato. Rodar 21,097.5 km abaixo dos 5'/km, ainda mais numa estreia, é realmente digno de nota. Siga firme rumo aos seus objetivos. Abraços!

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  2. Fábio, muito obrigado pelas palavras, acredito que eu tenho que agradecer a Deus por tudo ter dado certo e assim possibilitando que eu fizesse essa prova além das minhas melhores expectativas. Vamos seguindo treinando e descobrindo até onde dá pra ir, sendo, como diz você, um cara melhor do que aquele outro de um ano atrás hehehe
    Eu também confio no GPS apesar de sempre a galera vir com o papo de tangência isso margem de erro aquilo, engraçado que nunca a organização mediu errado, mas a maioria das provas tem Kms a mais ou a menos rsrs
    Grande abraço meu amigo, e sucesso na pedreira que se aproxima, o Treino da Fé, esse sim é coisa pra leão!

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  3. Você me pediu, mas... não aguentei e vim com "sede ao pote" Luiz.
    Com certeza matei minha sede de ver meu amigo se tornar um herói. Não sei se sentiu assim, mas é exatamente assim que me sentirei quando cruzar a linha de chegada de uma meia maratona.
    O esporte que escolhemos Luiz, é uma universidade de vida. Nos prova a cada dia que com esforço, dedicação, foco e disciplina, temos chances reais de conquistar qualquer sonho.
    Dia 03 de agosto eu Dra. Sandra damos um pulo aí para brincar de super-herói com vocês, hêhê!!!

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  4. hehehe é a mais pura verdade, Wanderson... é muito gostoso ver que o esporte nos possibilita colher exatamente o que plantamos... o reconhecimento é na pista, não depende de ninguém a não ser nós mesmos.
    Muito obrigado pela visita aqui no blog e quanto a visita pessoal dia 03/08 tenho certeza que vai ser mágica, correremos nossa segunda meia maratona juntos! Grande abraço.

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  5. Só 1 palavra: Orgulhosa!

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